Derrida e o pancadão tropical

Veja só que coisa divertida!
Então você está no seu quarto, doentão e de cama, com a janela do quarto aberta para uma noite de calor e brisa do mar, e ouvindo do prédio ao lado um "pot-pourri" de música eletrônica tropical a abafar sua leitura interesantíííssima de Jacques Derrida; você não sabe se está no Programa do Gugu (olhaaaaaaaa!!!) ou se naquele fim-de-semana em Porto de Galinhas, do lado de fora de sua boate mais badalada (e cara, por isso que você está do lado de fora...), completamente encharcado de cerveja e dançando de bermuda e camiseta amarrada na cabeça ao som do pancadão dos trópicos, parecendo um filho feliz de papai rico ei-olhe-pra-mim-meu-sobrenome-é-Bivar/Arraes/Vasconcelos/Brennand com minha Ferrari parada ali do lado de tanque cheio e uma garrafa de álcool pra queimar o primeiro índio que parecer mendigo na rua...
Melhor levantar, fechar as janelas, botar um gélido e nórdico-deprê Sigur Rós no último volume do som e voltar a ler meu amigo Derrida; preciso reconstruir urgentemente uma máscara pseudo-intelectual com tons pós-góticos depressivos, para expulsar o mais rápido possível as lembranças micadas de casa na praia...

Ai meu Deus, eu acho que vou vomitar!

Vida, Bizarra Vida (E Eu Adoro!)

Sabe duma coisa? Esse negócio de viver tem dia que fica um porre. Quando o tédio e a mesmice de repente se apossam do ar e da sua própria pele, e todas as coisas pífias parecem crescer a níveis mastodônticos - e pesar a níveis mastodônticos também...
Tem dias que o mormaço é tão intenso que você começa a prestar atenção na própria respiração e começa a achar isso tão sacalmente entediante que dá vontade de simplesmente parar de respirar - e não morrer só de pirraça. quando tudo é tão estático que você sente a rotação mesma do mundo sob os pés, e estando totalmente sóbrio. É por isso que não viro budista e começo a meditar; senão, além de sentir a rotação da terra, vou sentir a translação, a rotação da galáxia e o balé cósmico e aí o tédio se fundiria ao Um e ao Todo e eu me fodia asism que tocasse o Nirvana...

é, faz tempo que não sinto isso. So good. As coisas pequenas que realmente importam (porque não são tão pequenas assim) afloram mas me deixam leve. Rever amigos, beber com eles e depois pilotar um x-wing chapado (dia desses eu conto o causo). Ontem (também conhecido por dia "22 de abril") foi um dia todo de pequenas coisas deliciosas.
O ensaio de uma peça, uma entrevista na rádio (é a minha primeira, nada exatamente pequeno, mas enfim...)... Mc Donald´s com amigos, ler poesia. Jantei na companhia de Lucila, Sérgio e Christian: nhoque à mesa com três "beatniks" aposentados... Muitas risadas por nada... Uma pessoa tida como "legalmente morta" me telefona cinco vezes e insistindo - e eu fora de casa.

Quanto ao fim de noite, um acontecimento que mereceria páginas e páginas, mas que eu só conto pra mim mesmo. Só digo uma frase:

Eu amo Sigur Rós.

Algo tão estranho e delicioso como guitarras cantando em islandês. Melancolia que pra mim é morfina e alucinógeno, e sei que vai demorar seis meses pro sol nascer de novo... seis meses de um sorrisinho besta e encantado simulando um post-coitum que não deixa este animal que vos fala nem um pouco triste!
Agora, se me dão licença, vou fingir que tá chovendo lá fora e vou dançar abestalhado na chuva, talvez cantando "heaven, I´m heaven"...

Eu atropelo Chico Buarque

Lembra daqueles joguinhos que surgiram na net à época de "Guerra nas Estrelas: Episódio I", em que você se divertia às pampas matando Jar Jar Binks, aquele gungano chato pra cachorro e sem nenhuma única utilidade prática para o filme e o universo Star Wars como um todo?

Pois é. Acho que vou encomendar um desses substituindo o Jar Jar pelo Chico Buarque. Cara, como eu ando não o suportando... Veja os pontos em comum entre esses dois personagens, essas duas criações patéticas da mente humana - sim, porque o Chicote só é o que é por causa da fantasia e do delírio coletivo de milhares de seres humanos. Ou clonadores alienígenas tentando recriar Jar Jar Binks:

1. Eles dois parecem uns sapinhos (o detalhe é que Jar Jar é de fato anfíbio: J1 x 0C);
2. Os dois têm vozes horríveis (o detalhe é que Jar Jar é dublado... J2 x 0C);

Idéias? Eu vou dar uma de game designer agora e podecrê, terei grandes chances de roubar o emprego do Palermo... é assim: o cenário é o Leblon, lugar transformado pelas novelas da Globo no paraíso terrestre (e num paraíso artifical, diga-se de passagem, porque o povo que lá transita nas novelas parece que tá sempre entupido de narcótico, todos felizes e sorridentes). Não, nem pensar no protagonista do jogo ser marido traído querendo passar fogo não! Sem essa de encher ainda mais a bola do cara (por sinal, bela merda a dele comendo a mulher dos outros na praia pra todo mundo ver. Se eu fosse fã, me revoltava. Será que a franca decadência tá tão franca que ele tá precisando fazer propaganda do seu irrestível charme? Ê, velhinho... idade e impotência chega pra todo mundo...).
Bom, o objetivo seria apedrejá-lo. Ao som de "Geni e o zeppelin", que aliás é uma música do caralho. Eu confesso, gosto muito das composições do Chico, desde que cantadas pelos outros. Não, tô mentindo, pode até ser cantada por ele mesmo, a voz medonha não interfere - eu só espero que ele não tente musicar os romances. Não, a gente poderia PARODIAR a canção, que é pro Chico se revoltar mais ainda no game: "Jogue pedra no chiquim,/ Joga pedra no Chiquim,/ Ele é bom pra espancar,/ ele é bom pra se cuspir,/ Ele acha que come qualquer uma,/ O mané do Chiquim!"

Saco. Saco saco saco. eu não sou fã dele, mas é que ultimamente ele tá me dando no saco. Mas é bem preferível sentir isso por uma pessoa que não existe - vamos lá, pra mim ele é como o Jar Jar, existe através de imagem e som, nunca vou encará-los de frente (se bem que o Jar Jar é digital... J3 x 0C! Viva a supremacia gungana!!) - do que por alguém que vive ao seu lado. É complicado não saber o que se sente por uma pessoa, é pior não saber o que essa pessoa sente por você. Talvez ela pense o mesmo que eu agora, "não seria ótimo um joguinho em flash 'sufocando Bob Dylan com a própria gaita"? Bem, momento teen do blog, eu e minhas preocupações que mudarão os rumos da fome na �frica e os conflitos em Gaza.

Mas que o joguinho seria massa, seria!

Comunicado importante e, pasmem, sério

O papa morreu. viva o papa.

Em virtude de tal situação, informo a todos os meus distintos -42 leitores que o "Chewbacca in Concert" estará inoperante pela próxima semana, assim como o Fotolog de Letras e minhas participações esdrúxulas em outro meios, uma vez que o luto moral tolhe minha verve humorística tão mal-fazeja à sociedade. Uma pessoa cínica, calhorda e corrosiva também tem um pequeno quê de sentimento religioso. Memso não sendo um católico praticante e tal, o Papa ocupa em mim uma posição de respeito e consideração que reservo apenas para MUITO pouca gente.

Obrigado pela compreensão. em uma semana tamos de novo na área, e se derrubar... é MONTINHOOOOOO!!!!!!